sábado, 5 de novembro de 2011

Pão Diário


Fora de lugar (05.11)
LEITURA BÍBLICA: 2 Reis 16.10-18

Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele (Ap 2.5b).

Vamos tentar entender o que se passou na cabeça desse rei Acaz. O templo em Jerusalém tinha um altar de bronze feito de acordo com as instruções de Deus a Moisés. Acaz viu um outro   em Damasco, maior e provavelmente mais vistoso. Pelo jeito, ele também já achava que o produto importado sempre é melhor. – inclusive a ajuda do rei da Assíria, que ele fora homenagear. Impressionava mais que o Deus invisível presente em Jerusalém. Assim, ele resolveu “adequar” o templo. Vejamos como o fez: primeiro instalou seu altar particular na frente do original e passou a usá-lo. Depois tirou o original do lugar que Deus havia determinado (Êx 40.6) e colocou-o para o lado. Além disso, retirou do templo alguns componentes de maior valor para poder atender ao rei da Assíria e substituiu-os por outros menos nobres (esculturas de bronze por um bloco de pedra). Definitivamente, para ele o rei da Assíria valia mais que Deus.
O curioso, porém, é que ele não teve coragem de eliminar totalmente o altar original. Manteve-o ali como reserva de emergência – como “plano B”. Pretendia usá-lo “para buscar orientação” – de Deus, certamente, de quem mais seria? Uma vela para Deus e outra (maior) para o diabo. Realmente, tudo fora de lugar!
Ah, e o nosso versículo-chave de hoje? Ele não tem nada a ver diretamente com a história de Acaz, mas mostra uma igreja que também deixou o essencial (o amor) de lado, e Deus lhe diz que ele poderia perfeitamente colocá-la de lado também. Deus não ficaria lá de plantão para o caso de emergências. Simplesmente pode tirar de junto dele quem demonstra não se importar com essa posição. Acaz agiu aberta e grosseiramente, Éfeso foi mais sutil. Resta saber que lugar Deus ocupa para nós e em que posição ele nos colocará. Acho que conviria pensar nisso e consultar Deus a respeito...

Roland Korber, São Paulo-SP

Cada um no seu lugar – Deus no centro e nós junto dele.


Pão Diário



Sem perdão? (04.11)
LEITURA BÍBLICA: Lucas 7.36-50

Venham, vamos refletir juntos, diz o SENHOR. Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como lã se tornarão (Is 1.18).

No Brasil, a figura da mãe é quase idolatrada. Guimarães Rosa, em seu famoso livro “Grande Sertão: veredas”, demonstra isso de forma interessante. O cangaceiro Zé Bebelo foi preso pelo bando de Joca Ramiro, seu rival, e levado a julgamento. Qualquer um podia manifestar-se acusando ou defendendo o cangaceiro. Vários se apresentaram para acusar. Entre eles, um se dirigiu ao chefe e já deu inclusive a sentença: Zé Bebelo deveria morrer, não havia perdão. Nisso Joca Ramiro, intervindo, diz que ele precisaria primeiro ser julgado, pois não havia xingado a mãe de ninguém. Ou seja, todos os crimes do cangaceiro, que não foram poucos, até poderiam ser perdoados, já que ele não havia xingado a mãe, para o que o código deles não admitia perdão. Acabou absolvido e aceito no grupo. Esse julgamento, sem propósito, regra ou qualquer indício de legalidade, tirado da mente de Guimarães Rosa, mostra bem o quanto as mães são importantes para nós. Porém, ele nos mostra mais, ou seja, que na religiosidade popular determinados pecados são encarados como sem perdão. Para os cangaceiros era xinhar a mãe; para nós hoje, quais seriam? Se algum pecado do passado, já confessado ainda incomoda você ou é utilizado por Satanás para acusá-lo e tirar sua alegria de cristão, é sinal de que você mesmo o trata como imperdoável. Ora! Deus convidou o povo de Judá a deixar de fazer o mal e passar a fazer o bem e então se apresentar diante dele. Seus pecados, por piores que houvessem sido seriam todos purificados. Muito mais agora, com o sacrifício de Cristo. O episódio da nossa leitura de hoje deixa isso particularmente claro. Se você tem algum pecado para confessar confesse, se já confessou descanse na certeza do perdão.

Ana Cláudia e Antônio Renato Gusso, Curitiba-PR

Se o pecado foi deixado de lado e confessado, já está perdoado.

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